segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O condenado que não foi preso

O banqueiro Daniel Dantas na semana passada foi condenado a 10 anos de prisão mais uma multa de 12 milhões. Foi condenado, mas não foi preso. Será que corrupção ativa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude financeira e formação de quadrilha não são crimes “dignos” para colocar alguém numa cela?

Novamente o Dantas conseguiu um tempinho para se recompor e para preparar sua defesa. È uma pena, mas vai demorar mais um pouco para esse camarada amargar seus dias na cadeia.

Quando a gente pensa que vai haver uma punição exemplar (afinal a condenação até que foi razoável) surge uma novidade como, neste caso, a não prisão imediata. Esse cara deve causar muito pânico por onde passa. Até um juiz que não teve medo de condená-lo teve a “precaução” de não mandar prendê-lo imediatamente.

Tudo bem que os ladrões de galinhas têm menos grana, menos prestígio bancário e social, só que ainda assim seu crime é infinitamente inferior. Mas, o cara é algemado, apresentado para a imprensa e muito bem recebido por seus companheiros de cela.

E o que mais me chateia na história desse bandido (o Dantas) é que nada mais se falou sobre essa “regalia” concedida ao condenado. A imprensa se calou novamente, a sociedade já esqueceu e fica por isso mesmo. E a minha questão é: porque não mostram as falcatruas desse indivíduo por um mês inteiro na televisão ou nos jornais?

A resposta que encontro é que esse tema não vende. Com ele não dá para fazer sensacionalismo, muito menos dar espetáculo. Afinal ele é apenas mais um corrupto da longa fila. É mais um que faz as mesmas coisas que tantos outros, não é mesmo?

Isso é preocupante porque a partir do momento em que permitimos esse tipo de silêncio, nunca o Brasil conseguirá ser um país sério, realmente preocupado com as causas sociais. Sim, sociais, porque este é um problema diretamente relacionado com a sociedade. Não leiamos social apenas quando há misérias ou tragédias. Mas, também, quando há benefício para poucos, chantagem, mau caratismo, pilantragem, roubo aos cofres públicos. Precisamos ficar mais atentos!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Será que venderam o Jalapão?

Pois é minha gente, por aqui está o maior sussurro por causa de um reality show da TV americana CBS que está sendo gravado no Tocantins. Sim, sussurro porque ninguém tem tido coragem de falar sobre essa história que está causando a maior polêmica.

E por que a polêmica? Vou explicar.

A TV CBS está gravando no Jalapão, na região de Rio Sono, um reality show chamado Survivor (o original do global No Limite). Até aqui, não há problema algum. O problema mesmo está no desastre ecológico que esta equipe está causando na região quando coloca tratores e sistema de esgoto. Como se não bastasse, esses importantes produtores americanos e australianos investiram cerca de 30 milhões de dólares na super produção.

Só que além desses 30 milhões em equipamentos, de interditar as dunas do Jalapão colocando placas bilíngües com escritas dizendo “Fechado para o público” e “Propriedade Particular”, parece que eles estão tirando dos cofres da emissora mais alguns milhões de dólares para manter a imprensa de boca fechada.

Um conceituado profissional local colocou a matéria no ar (sim, no ar porque é um site) e como num passe de mágica retirou imediatamente. Questionado a respeito de sua conduta, disse que estava esperando um documento e que assim que o tal documento chegasse, colocaria novamente no ar. Isso, óbvio, ainda não aconteceu.

Mas gente, o pior ainda está por vir. Uma fonte super-hiper segura veio até minha casa nesta noite para fazer uma revelação que me deixou bem preocupada: o nosso governador Marcelo Miranda, em visita ao local teve que pedir licença para entrar no território que ele comanda. Com o espaço aéreo fechado, o avião do governador precisou alterar a rota. Mas até aí tudo bem.

Só que deixou de estar bem quando, ainda segundo minha fonte, o governador assinou um contrato de 10 páginas (em inglês). Detalhe: ele nem leu o que dizia o contrato. Assinou e colocou o número do CPF. Havia uma intérprete junto, porém nem se deu o trabalho de ler. Afinal eram 10 páginas e elas não tinham nada de mais a não ser cláusulas de “confidencialidade”, certo? Nem tanto.

E se ali existe alguma cláusula doando o território à TV CBS? E se lá há uma cláusula de compromisso em que toda vez que eles quiserem vir para cá terão as mesmas regalias. Afinal, até onde o governador sabia, o programa era um documentário que falaria do Jalapão e seria divulgado em 120 países. Há poucos dias ele ficou sabendo que era um programa de sobrevivência.

O pior é que essa assinatura de contrato foi registrada por fotógrafos que tiveram os chips de suas câmeras confiscados. E sabem quem confiscou? Os próprios jornalistas da Secretaria de Comunicação do Estado que, aliás, também assinaram o bendito contrato.

Ah, já ia me esquecendo. A minha mega fonte também contou que jornalistas e editores de um dos maiores veículos de comunicação do Estado também estiveram lá, acharam tudo muito lindo, distribuíram sorrisos e, adivinhem.....não publicaram nem uma vírgula sobre o tal programa e suas badernas ambientais. Eu soube ainda que o Ministério Público Federal não gostou nada de receber essas notícias e já está pedindo explicações.

Bom, dizem que a equipe fica no nosso (se é que ainda é nosso) território até 12 de dezembro. Nem preciso dizer que, de setembro para cá, muitas festas "fantásticas" aconteceram por lá. Inclusive, um dos produtores Alton Desiree, 36 anos, morreu após saltar de uma cachoeira. Testemunhas dizem que ele tinha tomado todas. Segundo informações de pessoas que presenciam os acontecimentos, a embaixada dos Estados Unidos ainda não tinha informações do caso. A grande questão agora é: será que o governador vendeu o Jalapão para os gringos? Hipoteticamente, isso é impossível. Mas, depois de 10 páginas em inglês, ninguém garante nada...muito menos eu. O suspense está no ar!