sábado, 29 de novembro de 2008

Mais uma do Brasil

É minha gente, nada mais me incomodou tanto nesta semana que passou do que a absolvição do “doutorzinho” Thales Ferri. Aliás, por unanimidade de 23 votos mais um assassino está de volta às ruas com todas as regalias possíveis e, acreditem, com mais de R$ 500 mil para receber de salários atrasados. Isso sem falar nos R$ 18 mil mensais.

Eu estava acompanhando os comentários a respeito dessa notícia e me solidarizei com uma pessoa que disse: “depois dessa, só vomitando”. E é isso aí. Quem sabe se começássemos a campanha do “vomite assim que alguém for solto por unanimidade pelos promotores de justiça” talvez esses senhores respeitáveis pensassem um pouco melhor a respeito de suas decisões. Afinal, ninguém vai querer nadar num rio de vômito. Eca!

Mas vamos aos fatos: o Brasil cada vez mais se consolida como a terra de ninguém, como a República das Bananas. Mais que isso, está se tornando a maior consumidora de pizza do mundo cujo trabalho dos pizzaiolos está fixado em gabinetes e ao invés do avental e da touca branca vestem ternos e gravatas importados e camisas de colarinho branco.

Aí, um outro alguém disse que o povo tem os mandatários que merece. Só que eu faço parte do povo e eu não mereço que uns caras assim me representem ou me julguem. Sabe qual é a minha opção então? Sair do Brasil. Se bem que isso não seria nenhum sacrifício porque aqui não se aprende mais nada além de samba, funk e tecnobrega.

Ah, já ia me esquecendo. Aprendemos aqui a aceitar as coisas como elas se apresentam. Aprendemos a baixar a cabeça e nos conformar com decisões como essa. Aprendemos a esquecer o que realmente é importante e nos deixamos distrair com futilidades e inutilidades como casos de histórias de amor mal resolvidas entre os artistas globais.

É triste, mas é real. Não podemos ser nada além do que meros espectadores. Tomando emprestada uma idéia de Chico Buarque, ficamos olhando a banda passar. Agora eu só não consigo entender uma coisa: como uma pessoa tem uma arma em seu carro durante um passeio com a namorada, depois tem tempo de ir até o carro buscá-la tranquilamente mesmo alegando ter um grupo grande de pessoas o ameaçando e ele, sozinho no meio da roda, dispara 12 tiros. E isso se configura como legítima defesa?

Ó céus, imagina só se essa moda pega?! Só quero ver se isso acontecer com uma pessoa comum sem ter o respaldo de um cargo super-mega-importante. Será que para nós, seres inferiores e imbecis, essa alegação de legítima defesa iria valer? Provavelmente já estaríamos atrás das grades recebendo as boas-vindas de outros presos, comendo uma apetitosa papa de presídio e dormindo em confortáveis camas Queen Size de cadeia, visualizando o sol que certamente nasce quadrado.

Espantoso? Sim, porém, real.

6 comentários:

Anônimo disse...

Fer, depois de ler este texto estou procurando palavras para expressar o que sinto e o que preciso te dizer. Acredito que seja isto: indignação, por mais esta vergonha escandalosa praticada por uma corja de brasileiros corruptos, indignos e mau caráter;vergonha, por ter em nosso meio e serem chamados brasileiros esses vermes que anojam e repugnam os cidadãos honestos,trabalhadores,responsáveis que com sacrifício e dignidade ganham o pão de cada dia; orgulho, por pertencer à pátria brasileira, (que não tem culpa por ter pessoas hipócritas e insensíveis que fazem parte dela)que nos agracia com suas belezas naturais, com sua terra promissora, com seu povo solidário e trabalhador( excluindo obviamente as carniças fedorentas citadas acima)e, por último, esperança que, com a coragem e o brio de pessoas como você,possamos, cada uma fazendo a
sua parte,transformarmos o nosso Brasil para vivermos com mais respeito, justiça e dignidade. A culpa não é do Brasil, é dos indecentes , dos imbecis,dos incompetentes que estão no comando. Abaixo os criminosos de colarinho. Parabéns pelo talento!

Anônimo disse...

Eu sou o anônimo...

Anônimo disse...

To na profissão errada.

Eu vou estudar pra ser promotor agora. Poder ir armado onde eu quiser, arrumar encrenca com quem eu quiser, atirar e matar quem eu quiser, pois certamente meus amiguinhos vão me libertar depois.

Nunca vou esquecer de um desembargador bebado em um bar de uma grande cidade, falando pro seu amigo: Cara, eu gosto muito de ti. Se um dia tu matar alguém, me liga que eu dou um jeito pra configurar legítima defesa.

Essa história eu vi com meus próprios olhos e vendo esse caso agora, vi que essa bravata, não era simples bravata. Era a utilização de abuso de poder que ninguem tem coragem de contestar.

Lei? Isto aqui é uma terra sem lei.

Foi por isso que quiseram retirar as armas de toda a população. Somente nós (eles) podemos ter, pois fica mais fácil de acertar sem receber contra ataque.

Somos um bando de cordeirinhos mvivendo numa ditadura disfarçada de democracia. Sem lei, sem liberdade, sem nada.

Senhor Thales Ferri, Vá se FUDER.

Anônimo disse...

A indignação é imensa.Suas colocações reais , justas. Nossa legislação falha....mas também .... por quem são feitas nossas leis...?Por pessoas que se preocupam em fazer reformas milhionárias em apartamentos que não serão habitados por eles nem por ninguém....E o povo? " Que povo? Aquele de quem precisamos os votos nas eleições?" "Ah.... eles esquecem !!!"
Eu me disponho a contribuir com uma parcela de vômito..... em cima deles!
É isso aí FER.

Márcio Ricardo disse...

Fernanda Bruni, não é fácil viver no meio de tanta injustiça, o nosso papel como jornalista é exatamente este, mostrar a nossa indgnação.
Parabéms.........
uma abraço Márcio Ricardo
epa!!!!!!!!
eu ia esquecendo.
você está muito bonita .........
Foi um grande prazer ter te conhecido
você é uma grande profissional.

Marcelo Junior disse...

Parabens pelo blog Fernanda.